O céu negro pairava assustadoramente sobre a minha cabeça ameaçando um temporal como há muito não se via...
O vento gelava-me os dedos que lentamente perdiam a capacidade de se mexer com a delicadeza e sensibilidade que lhes eram características. Os meus cabelos serpenteavam suspensos e chicoteavam os meus ombros protegidos pelo fiel casaco de malha preto.
Ninguém diria que era verão olhando para aquele céu.
Mas não importava...na realidade nada importava porque aguardava por este momento há muito tempo.
Os reencontros começam sempre assim.
Alguém espera alguém. Depois correm uma para a outra sem se importarem com mais nada.
E durante horas as palavras saem dos nossos lábios como rios impossibilitados de correr há muito tempo, e quando damos conta... silêncio.
Deixamo-nos cair no banco de jardim (no mesmo de sempre) e respiramos.
"Como é que conseguimos dar uma reviravolta à nossa vida em apenas 336 horas?"
E a resposta não vem como por magia, como acontece nos filmes, nem há um gigantesco sinal luminoso a dar-nos indicações sobre o que devemos fazer...
Por isso deixamo-nos ficar ali...com o tempo a passar...
Porque às vezes a vida resume-se a isto:
Eu, tu e um banco de jardim...
Sem comentários:
Enviar um comentário